Chegando na rua 14 e lembrando as suas ultimas palavras, palavras que eu não sabia distinguir se era de despedida, palavras que me incomodavam, mas mesmo assim eu vou em frente como se fosse a ultima vez de nossos vidas. subo o ônibus que vai me levar pra onde ninguém pode enxergar, onde ninguém imagina que ele pode chegar tão longe, desço na estação da saudade onde eu me identifiquei, conheci um pouco da alegria dos pobres, dividi um pouco das minhas angustias
apenas o que me restou foi o alivio de estar distante de todas a minhas preocupações, distantes das minhas proprias realidades, pego o próximo trem que vai me levar pra casa; desço na porta da minha casa, a casa que me da o aconchego e a perfeita criação de você, ligo o telefone. recado seu:
- "Quando não poder me liga"
e eu esperando esse momento pra não ligar pra você, deito no sofá, pego o livro que não tem paginas
e começo a ler a capa e me explicando que esse sim é o perfeito livro que eu escrevi, divido as gargalhadas com os gatos que entram na minha casa e em alguns segundos o telefone toca.
corro para atender e era você cantando a frase da musica que eu ainda não te ensinei.
mas eu reajo e espero a sua ultima palavra para desligar o telefone. E o alivio me sobe ao coração
e falo para o gato preto que me encara " que seja eterno enquanto dure"
6 de fev. de 2009
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