25 de jul. de 2008

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Muitas coisas se falam a respeito de Beethoven. O fato de ter composto extraordinárias sinfonias, mesmo após a total surdez, é sempre recordado.Exactamente por causa de sua surdez, ele era pouco sociável. Enquanto pôde, escondeu o fato de a audição estar comprometida.Evitava as pessoas porque a conversa se lhe tornara uma prática difícil e humilhante. Era o atestado público da sua deficiência auditiva.Certo dia, um amigo de Beethoven foi surpreendido pela morte súbita de seu filho. Assim que soube, o músico correu para a casa dele, pleno de sofrimento.Beethoven não tinha palavras de conforto para oferecer. Não sabia o que dizer. Percebeu, contudo, que num canto da sala havia um piano.Durante 30 minutos, ele extravasou suas emoções da maneira mais eloquente que podia. Tocou piano. Ao contacto dos seus dedos, as teclas racionadas emitiram lamentos e melodiosa harmonia de consolo.Assim que terminou, ele foi embora. Mais tarde, o amigo comentou que nenhuma outra visita havia sido tão significativa quanto aquela.Por vezes, nós também, surpreendidos por notícias muito tristes ou chocantes, não encontramos palavras para expressar conforto ou consolação.Chegamos ao ponto de não comparecer ao enterro de um amigo, por sentir "não ter jeito" para dizer algo para a viúva,Todas as pessoas gostam de companhias nobres e discretas, que inspiram confiança, favorecendo a tranquilidade.

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[...]Um coqueiro, vendo-me inquieto e adivinhando a causa, murmurou de cima de si que não era feio que os meninos de quinze anos andassem nos cantos com as meninas de quatorze, ao contrário, os adolescentes daquela idade não tinham outro ofício, nem os cantos outra utilidade. Era um coqueiro velho, e eu cria nos coqueiros velhos, mais ainda que nos velhos livros. Pássaros, borboletas, uma cigarra que ensaiava o estilo, toda a gente viva do ar era da mesma opinião.